05/10/2011

Antero revisitado

Às vezes, o destino teima em te apresentar a mesma face durante anos, ciclos inteiros da própria vida: no meu caso, o rosto terrível da doença das pessoas amadas, e por duas vezes o rosto miserável da burocracia sanitária dum país em crise económica e moral.

Nestes momentos, penso nas palavras que Antero de Quental dedicou à decadência do Império Romano (em Causas da decadência dos povos peninsulares) e acho que são perfeitamente traduzíveis à realidade dos países do Sul de Europa:

Uma sociedade gasta, que se aluía, mas que no seu aluir, se debatia, lutava, perseguia para conservar os seus privilégios, os seus preconceitos, os seus vícios, a sua podridão.

Enfim, enquanto não conseguirmos sair do poço onde nos deitaram, restam-nos os territórios conhecidos  da cultura e do activismo social, quando menos por agora. 

3 comentários:

  1. Dende logo, hai reflexións que non pasan de moda, e sobre todo nesta época que nos toca vivir. En canto á túa vivencia, moito ánimo, Gemma, só che podo dicir que estou contigo. Unha agarimosa aperta.

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  2. Una abraçada.

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